terça-feira, 7 de novembro de 2023

RESPOSTA A D. DUARTE PIO, DUQUE DE BRAGANÇA, SOBRE AS TOURADAS

 


Meia duzia de pessoas são contra as touradas? Como assim, D. Duarte Pio? 😐

Onde baseia essa sua afirmação desfasada da realidade?

Quanto à "cultura" portuguesa, ela devia ser mais evoluida em relação aos animais e serem abolidas para sempre as touradas em Portugal, tal como já foram proibidas no passado e deviam sê-lo de novo no século actual.

Por exemplo, em 1568 as lutas com touros foram proibidas por D. Henrique, e em 1809 foram proibidas por D. João VI. Certo?

Do mesmo modo as touradas foram abolidas em 1919 por Passos Manuel pela primeira lei de protecção animal. Porém, na década de 50, o Salazar eliminou todas as restrições que tinham sido impostas às touradas e legalizou de novo este espetáculo medieval, criando a chamada “tourada à portuguesa” em 1953.

Infelizmente, as touradas estiveram sempre associadas à monarquia absolutista onde o rei D. Miguel era conhecido como o “rei toureiro” que foi responsável pelo início da criação de touros de lide no Ribatejo, onde ainda hoje existem as principais ganadarias de gado bravo que já deviam ter acabado junto com os espectáculos sangrentos das arenas onde se praticam ignóbeis e tristes cenas.

Enfim, sr. D. Duarte Pio, eu até simpatizo com v. Exª mas não concordo de modo nenhum com suas ideias retrógradas e comparações tolas de que quem é contra as touradas é contra a familia, como se para sermos todos bons portugueses tivessemos gostar de touradas.  Não percebo de resto essa comparação que faz dos toiros com a familia,  só se for pelos ‘cornos’, como ironizava um certo cidadão que achou graça à sua afirmação.

Para finalizar, sabe como a UNESCO considera as touradas numa Declaração de 1980?  Eu cito: "A Tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraidos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura"... e a própria Religião, digo eu, pois é abominável o que se passa em Barrancos todos os anos numa festa religiosa em “honra de Nª Srª da Conceição” que culmina  sempre com um espectáculo sangrento de tortura e morte de vários toiros frente à capela que escandaliza qualquer Divindade e devia envergonhar a própria Igreja Católica que não se demarca daquela situação, tornando-se  cúmplice de tanta maldade e crueldade frente à Capela onde horas antes saiu a procissão. Também acha bem tudo isso, D. Duarte Pio? Concorda que deva continuar a cumprir-se ali aquela velha ‘tradição’?  😟

Rui M. Palmela

 

domingo, 20 de novembro de 2022

HISTÓRIA DE ARGOS, O FIEL CÃO DE ULISSES

 


Argos era o cão fiel de Ulisses que após 20 anos de lutas fora de seu país, ele regressa finalmente a sua casa onde alguns pretendentes a invadiram na esperança de casarem com sua esposa Penélope durante a sua ausência.

Ulisses, sabendo que seria morto se o descobrissem disfarçou-se de mendigo e apenas seu filho Telêmaco descobre sua verdadeira identidade. Assim que Ulisses se aproxima de sua casa, ele encontra Argos deitado, maltratado, velhinho e cansado, infestado de parasitas.

Argos em jovem era conhecido por sua velocidade e inteligência, tendo habilidades que outros cães não possuiam. Ele reconhece de imediato seu dono, tendo ainda forças para levantar as orelhas e abanar a cauda em sinal de contentamento, mas não conseguia levantar-se. Ulisses não podia se manifestar e abraçar seu fiel amigo como desejava, limitando-se apenas a observá-lo derramando algumas lágrimas, não fosse ser descoberto, enquanto seu velho amigo morria feliz por ter reencontrado seu dono pelo qual esperou 20 anos.

Não há animal mais fiel do que um cachorro!
RP

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A FIDELIDADE DE UM CÃO

 A fidelidade de um amigo de 4 patas não é comparável à do próprio dono que o trai e abandona sem qualquer sentimento no seu coração. Bem hajam os que amam os animais e recebem deles o amor incondicional que liga para sempre a alma do animal à do ser humano quando parte para outra dimensão.


 

terça-feira, 20 de novembro de 2018

CARTA ABERTA AO MÉDICO VETERINÁRIO JOAQUIM GRAVE

 
 
Depois de ouvi-lo no programa "Prós e Contras" na RTP1 no dia 19/11/2018, defendendo obstinadamente as touradas, me surpreendi pelas suas afirmações insensatas de médico veterinário e resolvi saber algo mais a seu respeito e descobri que também é um conhecido ganadeiro no Alentejo onde cria toiros de lide ou de raça brava destinados à Tauromaquia e mais li que afirmou um dia que "O TOIRO É UM PROFISSIONAL DA FURIA", justificando desse modo a tortura que sofre nas arenas por parte dos toureiros e cavaleiros, verdadeiros profissionais da Barbárie e crueldade humana que lhe espetam ferros a pé ou a cavalo, e no fim uma espada enterrada no dorso, numa "estocada final" que o faz prostrar, esgotado de dor e sangue, sem vida, pelo chão.
 
O sr. doutor chama a isso de 'Cultura' e 'bravura' promovendo tais espectáculos ignóbeis contrariamente à ética da sua profissão à qual não faz jus porque ser veterinário é mais digno do que isso e você revela completo desprezo e insensibilidade pelo sofrimento dos animais que cria e destina ao calvário das arenas onde se cometem ignóbeis e tristes cenas.
 
Também ouvi no mesmo programa o representante da Protoiro (Hélder Milheiro) que chegou ao cúmulo do ridiculo em fazer suas justificações históricas das touradas em Portugal onde já foram proibidas várias vezes (1567, 1809, 1836 e 1919) por serem contrários à nossa identidade nacional, e pretendeu ainda fazer uma espécie de reivindicação da Cultura que ele próprio não representa citando a UNESCO que na verdade até condena as touradas na sua Declaração de 1980 onde diz que:
 "A Tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis e agrava o estado dos neuróticos atraidos por estes espectáculos. Mais desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura"...
 
Portanto, subscrevo completamente a UNESCO e também as palavras de alguém que dizia: "A corrida de touros é um jogo sujo onde o touro é o único animal honesto"...
 
Termino citando Vitor Hugo, o grande escritor francês, que dizia: “Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à Natureza e aos animais”...
 
Sim, caro senhor Grave, as touradas deviam acabar como um espectáculo cruel, medieval, que afronta a moral, a educação a ciência e a cultura, sendo por isso contrário aos valores da Civilização.
 
Pense nisso.
 
Pausa para reflexão!
 
Rui M. Palmela
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