quinta-feira, 1 de novembro de 2007

O CÃO ATROPELADO



A história que repasso aqui é verdadeira e vale a pena ser lida por ter a ver com um procedimento muito comum, infelizmente, nos tempos actuais, com tantos automobilistas atropelando animais.

"Ouço um cão ganindo muito, olho pela janela e vejo o pobre animal abandonado dentro da pista de um posto de gasolina onde foi atropelado. O condutor do veículo, onde estava ficou, esperando seu carro ser abastecido como se nada tivesse acontecido, alheio aos gemidos do cão...

Um funcionário do posto, em seguida, passa a chutar o cão atropelado até retirá-lo da pista onde incomodava os clientes. Chutava-o assim como se chuta uma lata qualquer no meio do caminho, e o cão soltava mais alto seus urros de dor, deixando claro a dor do acidente junto a violência...

Eu presenciei a cena, sem acreditar no que viam meus olhos. O cão foi empurrado aos chutos cerca de uns cinco metros até a grama, e lá ficou deitado ao sol ardente do dia. Os gemidos de dor intensa não incomodava a ninguém que ali passava. Liguei de imediato para algumas Clínicas Veterinárias, explicando a agonia do animal, pedindo auxilio, me propondo a levar o cão para que o socorressem. Auxilio negado, dizendo alguns estar com muitos cães para atendimento e sem lugar para mantê-lo até sua recuperação. Os gemidos de dor do animal adentravam minha casa Meu pranto rolou, indignada pela indiferença dos homens em relação a estes pequenos seres sem defesa, violentados, ignorados, até na maior hora de dor, continuei na tentativa de socorro, sem sucesso.

Pedi auxilio a uma amiga que continuou este trabalho por mim junto a veterinários, o problema todo estava em alguém querer atender o animal sem dono e mantê-lo em sua responsabilidade. Um senhor foi até o cão, pegando-o ao colo e colocando-o mais a sombra. Cheguei até o cão com um analgésico na tentativa de aliviar a forte dor que já se propagava por quase uma hora ininterruptamente. Este senhor, que abrigou o cão à sombra, em sua humildade olhava o animal com piedade sem saber o que fazer e argumentou: Acho que vou passar água com sal no corpinho dele, quem sabe melhora. Neste momento o proprietário do posto se aproxima e pede a este senhor, se pode fazer o favor de sacrificar o cão terminando assim rapidamente com a agonia do animal. O senhor respondeu: Jamais... Nunca dei fim na vida de um cão, e não será este o primeiro. Demos o analgésico, voltei para casa na esperança de ainda acontecer um socorro para tão frágil ser. O cão em desespero de dor, ou talvez para se abrigar de mais possíveis violências, rastejou e procurou um esconderijo entre algumas madeiras, ou quem sabe teria pressentido a intenção de alguém tirar-lhe a vida? Quem sabe?

Passado algum tempo, minha amiga me diz: Acho que conseguimos alguém, aguarde mais uns instantes. O abençoado médico veterinário, entrou em contacto pedindo o endereço correto e que eu o encontrasse no local, chegando em minutos. Quando o cão foi entregue em suas mãos, eu vi todo amor acontecer. Com muito carinho o médico o pegou ajeitando-o em seu automóvel e se foi . O olhar do cão em confiança nas mãos do médico me emocionou, sabia que seria socorrido, sentiu de imediato o amigo, e seu gemido foi diminuindo.

Homem que honra e ama a profissão que abraçou, que faz por amor! Deus te abençoe Doutor. Homem doação! Homem irmão! Seu nome, Geraldo Bernardes Médico Veterinário. Modelo de um lindo trabalho de amor! Homem que não mede o esforço na acção para salvar um cão. Deus te abençoe Dr. Geraldo! Este cão atropelado, chutado, desprezado, recebeu de ti todo o acolhimento e respeito. Obrigada Meu Deus, por ouvir meu coração na aflição. Obrigada por direcionar o favor deste mísero cão um irmão que respeita a tua criação.

Cora Maria - 04/01/2003"
"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante." (Albert Schweitzer - Nobel da Paz/1952)

 
Obrigado Cora Maria. Fica aqui a tua história comovente que merece ser lida e divulgada por toda a gente.

Um abraço do coração de
Rui Palmela

6 comentários:

  1. tendo em conta que não existem hospitais publicos comparticipados pelo estado como existem para os humanos, é sempre muito complicada a posição de um veterinário perante um animal abandonado.

    os medicamentos custam dinheiro e não é facil para ninguém suportar esses custos. podemos amar de todo o coração os animais, mas os que não são veterinários também têm que perceber que não somos a santa casa da misericórdia. porque sublinho, os medicamentos não são de graça. e o problema é que infelizmente, são quase diários os pedidos de auxílio gratuíto a algum bicho abandonado. e mesmo a injecção letal para dar descanso aos pobres coitados é um balúrdio.

    portanto, sugiro que critiquem, antes, o nosso estado que se está pouco marimbando para os animais e não pune quem os maltrata.

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  2. Rui
    Hoje fazendo uma pesquisa de meus trabalhos postados na net, deparei com a publicação deste texto em seu blog
    Venho agradecer este seu gesto, e convido-o a visitar meu site, onde mais mensagens que visam a Defesa Animal, encontram-se atualizados
    Abraços fraternos,
    Cora Maria
    http://www.coramaria.com.br

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  3. Quando o bicho homem perseber que não se deve tratar mal os animais que só eé com carinho é milagre!

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  4. Por acaso a Sra. Cora Maria não sabe se o pobre animal sobreviveu? Espero que sim.(margarida-rosa@sapo.pt)

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  5. Oque eu pude perceber eh que essa pessoa fez a mesma coisa que os outros ou seja, nada, ter do nao salva ninguem , ela apenas repassou o problema!

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  6. eu chorei com estes textos agora vi o sofrimento desses animais abadonados

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