terça-feira, 19 de julho de 2011

A DOR DA SEPARAÇÃO...


“20 de Novembro 2002 a 06 de Julho 2011. Saudades eternas, meu menino maluquinho! Agora você vai poder brincar de novo com o seu irmãozinho (Jung) e deitar numa relva fresca sem dor e sofrimento. Obrigada pela sua amizade e companheirismo! Que os espíritos de luz te conduzam a uma nova morada”.

Foi assim desta forma linda que uma amiga minha (Norma Gomes) se despediu de seu fiel amigo, como tantas outras pessoas o fazem por sentirem amor pelos seus animais e sofrem, dolorosamente, quando eles partem desta vida para outra dimensão. Porém, fica a certeza de que jamais se perdem de nossas vidas, pois tal como acontece com os seres humanos eles continuam ligados a nós por laços que não se quebram e muitas são as pessoas que sonham com eles matando saudades desse modo até ao dia em que partem também e em verdadeira alegria de novo se juntarão.

Aproveito para deixar aqui uma carta dessa minha amiga que me escreveu recentemente e lhe pedi autorização para publicar suas palavras neste Blog com a finalidade de ajudar outras pessoas que sentem tristeza na alma e dor no coração pela perca de seus amigos,  os animais de estimação:

“Oi, Rui, estou indo, ainda triste com mais uma perda, mas tentando me recuperar.

Agora estou direcionada à minha saúde que está bastante abalada. Levei uma semana até conseguir voltar ao Calçadão da Praia onde caminhava com Apolo, meu Golden Retriever, e nesta sexta-feira decidi que já era hora de enfrentar as recordações em nome do meu bem estar físico e voltei a caminhar, desta vez só, sem meu companheiro.  O primeiro dia foi bastante triste e voltei para casa abatida, mas o negócio é insistir e deixar que o tempo se encarregue de amenizar a tristeza, transformando-a numa doce recordação.

Foram duas perdas muito próximas e traumatizantes, pois em ambas as vezes eu estava só e tive que enfrentar a morte de frente. Apolo, se é que se pode determinar isso, sofreu menos que Jung, meu Labrador, que ficou vários dias sem andar e sem conseguir firmar a cabeça, fazendo suas necessidades em fraldas o que o constrangia bastante e comendo na minha mão, até o último instante de sua vida. Apolo, como eu costumava dizer que aconteceria, morreu "de pé", porque lutou contra a doença até o dia de sua partida, andando e se alimentando.

Do dia 30 de março, quando sua doença foi diagnosticada até o dia 05 de julho, véspera de sua morte, ele se comportou como se não estivesse com uma doença tão grave e era muito difícil as pessoas acreditarem que ele estivesse "indo embora" devido ao seu comportamento, a não ser pelo seu aspecto físico porque emagreceu muito.

Nesse espaço de tempo ele só deu indícios da doença três vezes. A primeira, de 29 de maio a 02 de junho quando ficou cinco dias sem andar e sem comer sendo alimentado apenas com soro e água de côco os quais eu injetava em sua boca várias vezes por dia, levantando no 6º dia. Voltou a comer e foi medicado com Tramal para dor, Xantinon para o fígado e Ranitidina para o estômago. Trinta dias depois, no dia 01 de julho teve nova crise, dessa vez uma diarréia brava, contida com o medicamento Flagil. A terceira crise foi na véspera de sua morte, e começou à noite quando ele se recusou a comer a sua segunda refeição diária. Às 21:10 h. o rapaz que o levava para passear à noite chegou e ele nem se levantou. Foi preciso que eu o estimulasse com palavras firmes até que ele se ergueu e saiu caminhando normalmente com o rapaz. Antes dele sair eu havia lhe dado o remédio para a infecção dos rins e diarréia.

Quando retornou do seu passeio comeu normalmente a mesma comida que ele havia se recusado a comer antes de sair. Nessa noite me senti muito angustiada e não conseguia dormir. Cochilava e acordava. À 01:35 h. levantei e fui na cozinha ver como ele estava. Vi em seu olhar que estava sentindo dor e vi que sua barriga se contraia e voltava ao normal seguidamente o que me deu mais certeza ainda de estar sentindo dor, então dei o Tramal, remédio para dor. Fiz uma massagem suave na sua barriga e conversei com ele acariciando sua cabeça dizendo:

- Tá ruim, não é, meu filho? Vai em paz, você não vai sofrer mais, etc, etc, etc... Em dado momento ele virou a cabeça para trás e me olhou como que confirmando: É, tá ruim, eu estou indo! Em seguida fiz uma irradiação nele e fiquei assustada com o que me aconteceu, porque eu congelei, meu corpo todo ficou gelado, muito gelado mesmo e começou a me dar enjôo. Achando que a minha pressão havia dado uma queda brusca coloquei um pouquinho de sal em baixo da língua com medo de cair desacordada. Pouco depois percebi que os movimentos da barriga de Apolo haviam normalizado e voltei a me deitar, porque estava me sentindo muito mal.

Dormi um pouquinho e às 05:00 h da manhã tornei a acordar e fui ver Apolo novamente. Ele havia deitado em outro lugar . Estava com o pescoço em pé e respirava ofegante, como se estivesse acabado de correr muito. Lembrei que meu Labrador também teve isso e por três dias seguidos, mas quando vi o meu Apolo respirando daquela maneira, não sei porque tive a certeza de que aquela respiração era o indício da sua partida e, apovorada, saí dalí sem que ele me visse, porque não queria vê-lo morrer, tamanha era a certeza de que isso aconteceria logo. Voltei a me deitar e não sei o que aconteceu, porque "apaguei", num sono profundo, só acordando com o despertador que eu havia programado para as 06:00 h. mas eu não conseguia levantar! Lutei com o despertador que ainda tocou mais duas vezes e na terceira não parou mais de tocar, o que me obrigou a levantar desligando-o de todo. Fui direto para a cozinha, como se já soubesse o que encontraria e não deu outra! Meu menino maluquinho havia partido há poucos minutos, porque seu corpo ainda estava quente e sua cabeça ligeiramente fria, muito pouco mesmo. Seus olhinhos estavam como dois vidros, a língua esbranquiçada um pouco para fora e presa aos dentes e uma poça de xixi vindo debaixo dele.

E lá estava eu, novamente envolvida pela mesma situação tão dolorosa e sofrida, sozinha! Com a experiência adquirida com a partida do meu Labrador, liguei para o Pet's Garden e pedi que viessem buscá-lo. Meus dois amigos e companheiros de quatro patas me ensinaram muitas coisas, até mesmo a lidar com a hora da partida final!

No espaço de 4 meses perdi os meus dois e fiéis amigos, os meus companheiros queridos, e isso me abalou profundamente!

Meu silêncio foi em função do meu "luto", da minha tristeza e da minha adequação ao meu novo estilo de vida, lutando com os costumes enraizados e as ações condicionadas aos dez anos em que me dediquei a eles.


O SONHO COM MEUS CÃES



Cinco dias após a "partida" do Apolo tive um sonho muito interessante com ele e o meu Labrador (Jung), com Apolo foi a essa a primeira vez que sonhei, porque com o Labrador sonho todos os dias. Eu estava em pé em algum lugar que não saberia descrever quando de repente vi o meu Labrador correndo em minha direção com aquela carinha de felicidade que ele fazia sempre que me via. Correu na minha direção e saltou em cima de mim que o acolhi num grande abraço e permaneci com ele no colo, porque apesar do seu tamanho ele não pesava absolutamente nada. De repente, ainda com Jung no meu colo, avistei Apolo a uma certa distância. Ele estava deitado muito tranquilamente e ao seu lado uma fêmea da mesma raça.

O interessante é que não me aproximei dele e ele não se deu conta da minha presença. Quando acordei ainda podia sentir Jung nos meus braços e a lembrança do Apolo estava muito nítida na minha mente.

Outro fato interessante é que quando Jung partiu passei muitos dias sentindo ele dentro de casa e era tão forte que eu conversava com ele. Já com Apolo, em nenhum dia senti isso.

Tenho a minha interpretação para esses dois fatos, mas não sei se estão corretas, por isso gostaria que você me desse a sua interpretação. Refiro-me ao sonho com Apolo e Jung e ao fato de nunca ter sentido a presença do Apolo após o desencarne, como senti por vários dias com Jung, meu querido e amado Labrador.

Aguardo sua resposta.

Bjs no seu coração”.

5 comentários:

  1. A beleza destas palavras! O amor aos nossos queridos animais!

    Parabéns pelo seu Blogue. Sou sua seguidora.

    Um abraço fraterno

    Nazaré Oliveira

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  2. Muito bacana o seu blog!!!

    AMo animais.

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  3. Olá querida Norma Gomes! Muito comovente e não pude disfarçar as lágrimas. Foi como se eu estive com vc naqueles momentos difíceis.
    Que Deus lhe dê sempre consolo, pois somente Ele pode fazer isto.
    Mas saiba que sempre que relacionamos com os animais, temos que enfrentar o último inimigo: a morte. Tanto de humanos como de animais. Com os nossos amigos animais é pior ainda pois sempre vivem menos do que nós: sua existência é curta.
    Mas saiba que suas palavras me preparam para o futuro, pois eu minha esposa temos 3 cadelinhas em casa.
    Que Deus tenha misericórdia de todos nós.
    Um abraço fraternal.
    Túlio

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  4. enqaunto lia essa declaração de amor, compartilhei sua dor, e no final chorei!!

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